A partir de hoje o SuperGospel começa uma série sobre a história dos grandes hinos da música cristã, tanto no Brasil como no mundo.
Para começar, hoje contaremos a história da canção “Tu és fiel”.
Os autores
Thomas Obediah Chisholm
Vamos voltar a 1866, nos Estados Unidos, na cidade de Franklin, em Kentucky. Mais precisamente no dia 29 de julho. Foi neste dia que nasce um dos personagens principais de nossa história.
Thomas era filho de James Washington Chisholm e de Lucy Jane Mequire Chisholm. Teve um irmão, Joseph, seis anos mais velho. Eles também viviam com um menino ajudante, William.
Na época ele ajudava seu pai em uma fazenda – ainda não estava estudando na escola. Inicialmente, ele aprendia por conta própria. Posteriormente, ele foi para pequena escola rural de sua cidade.
Lá, aos 16 anos, mesmo tendo apenas o primário por esforço próprio, tornou-se professor. Cinco anos depois passou a ser redator auxiliar em um jornal da sua cidade – o The Franklin Favorite.
Aos 27 anos ele se converteu, sob o ministério de Henry Clay Morrison, durante uma série de conferências evangelísticas. Por persuasão de Henry, Thomas muda-se para a cidade de Louisville, tornando-se editor de um jornalzinho chamado Penecost Herald. Dez anos mais tarde, foi ordenado pastor metodista, embora tenha sido por pouco tempo em Scottsville, devido a Thomas já estar com a sua saúde debilitada. Isso fez com que se mudasse, com sua família, para uma fazenda, no estado de Indiana. Em 1916, torna-se vendedor de seguros, mudando-se novamente, agora para Nova Jersey.
Aos 87 anos instala-se no Lar Metodista para Idosos, na cidade de Ocean Grove. Em 29 de fevereiro de 1960, aos 94 anos Thomas vem a falecer.
William Marion Runyan
Além de Thomas, outro importante personagem para nós é William, que nasceu pouco tempo depois, em 21 de janeiro de 1870, na cidade de Marin, em Nova York.
Desde os cinco anos de idade já estudava música. Aos doze já era organista em sua igreja. Quando tinha 14 anos, seu pai, que era pastor, se mudou com a família para o Kansas.
Embora a música estivesse muito ligada à William, aos 21 anos ele foi consagrado a pastor, trabalhando entre os metodistas até os 53 anos de idade. Ele só não continuou porque em 1923 foi acometido de um problema de surdez. Com isso, ele passa a trabalhar na Universidade John Brown. Ele também trabalhou como redator da revista Cristian Workers’ Magazine, e também como compilador de hinários.
Entre 1931 e 1944 ele trabalhou no Instituto Bíblico Moody, em Chicago. Faleceu em 1957.
O hino
Durante esse tempo todo Thomas escreveu mais de – pasmem – 1200 (mil e duzentos) poemas. Destes, cerca de 800 foram publicados e muitos deles foram musicados – como os até hoje cantados “Oh, to be like thee” e “Living for Jesus”.
Muitas dessas poesias foram enviadas por Thomas à William – a época, já compositor de músicas para 300 hinos, entre eles aproximadamente 25 de Thomas, seu colega e amigo. William lia cada uma das poesias, com muito carinho e cuidado, para que, sentindo a inspiração de Deus, pudesse escrever uma música para acompanhá-las.
Quando William estava vendo uma dessas muitas poesias, uma delas o chamou muito a atenção. Foi no ano de 1923, quando ele estava fazendo a coletânea Songs of salvation and Service. Quando foi lançado o Hinário Batista, em 1956, foi divulgado um comentário de William que retrata a cena: “Esta poesia tinha tal apelo, que orei com todo o fervor para que a minha melodia pudesse transmitir a sua mensagem duma maneira digna". Sem dúvida, não há como discordar: a música faz exatamente o que ele sempre desejou.
Para Thomas, não houve qualquer circunstância que o fez escrever o texto. Apenas seguiu sua experiência e verdades bíblicas.
A experiência
Sem dúvida, a fidelidade de Deus pode ser muito bem resumida em FIlipenses 4.19: “O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades”. Essa essência pode ser facilmente encontrada em uma experiência verídica de Thomas.
Em 1941, pela primeira vez em sua vida, sua família enfrentava necessidades tão grandes, que não teriam como serem resolvidas por humanos.
Paralelamente, acontecia algo sobrenatural. Dois homens, ao verem a lista de membros do Gideões, acharam um nome familiar – o de Thomas, com a anotação de “Cancelado por falta de pagamento”.
Eles associaram o nome ao do autor de um hino que impressionou o missionário John Stam, que morreu mártir, junto de sua esposa, enquanto fazia trabalhos missionários na comunista China. Ao perceberem isso, resolveram pagar a dívida do Sr. Chisholm.
Deus é tão grande, mas tão grande, que ao mesmo tempo, um empresário nova-iorquino sentia em seu coração que o autor deste e de outros hinos estava passando necessidades. Mesmo sem saber o seu endereço, ele mandou um colega para enviar o dinheiro a Thomas. Na manhã seguinte, na caixa de correio só havia uma única carta, que continha dentro exatamente a importância que necessitavam, enviada por um homem que nunca conheceram.
Só posso encerrar esse texto com uma frase de Thomas, escrita em 1949: “Estou próximo dos meus oitenta e três anos de idade, mas a força do alto tem sido sempre suprida, juntamente com o cumprimento da sua promessa: "O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades" (Filipenses 4.19). Não somente o suprimento das necessidades, mas as ocasiões desse suprimento têm assinalado os marcos do seu cuidado providencial, cada dia, cada momento".
Que Deus te abençoe!
@jonathacardoso
Fonte: Supergospel
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