terça-feira, 29 de novembro de 2011

Caio Fábio é condenado a quatro anos de prisão por seu envolvimento no “dossiê Cayman”

Único condenado pelo episódio até agora, D'Araújo foi considerado responsável por elaborar e divulgar o dossiê, incorrendo em crime de calúnia


Caio Fábio é condenado a quatro anos de prisão por seu envolvimento no “dossiê Cayman”
A Justiça Eleitoral condenou o pastor evangélico Caio Fábio D’Araújo Filho a quatro anos de prisão por seu envolvimento no chamado “dossiê Cayman”. O conjunto de papéis comprovadamente falso surgiu como tentativa de incriminar a cúpula do PSDB na campanha de 1998.
Único condenado pelo episódio até agora, D’Araújo foi considerado responsável por elaborar e divulgar o dossiê, incorrendo em crime de calúnia, agravado por ter envolvido o então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. Ele pode recorrer. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
A sentença é baseada em uma investigação da qual participou também o FBI, a polícia federal norte-americana. Ela diz que o pastor preparou os papéis com um grupo de empresários em Miami, com o objetivo de vender a informação a adversários dos tucanos. Ele nega.
O documento apontava a existência de uma empresa e de contas que seriam controladas por FHC, à época candidato à reeleição, pelo então governador de SP, Mario Covas, que também buscava novo mandato, e pelos tucanos José Serra e Sérgio Motta.
O conjunto de papéis mostrava depósitos de US$ 368 milhões nas contas. O dinheiro teria sido resultado de propina após a privatização do setor de telecomunicações. Os depoimentos que integram o inquérito detalham como cópias do dossiê circularam entre adversários do PSDB como José Dirceu, Paulo Maluf, Ciro Gomes, Marta Suplicy, Leonel Brizola e Benedita da Silva, além do advogado e ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos.
O inquérito inclui um depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, adversário de FHC na eleição. Lula confirma ter tido ao menos dois encontros para tratar do assunto, um deles com o pastor e outro com o ex-ministro Luiz Gushiken.
Ao tomar conhecimento do caso, Lula pediu a Thomaz Bastos, então advogado da campanha, que checasse os documentos, segundo a investigação. Como seriam falsos, o PT não teve interesse na história. O pastor nega participação na elaboração e na divulgação do dossiê. “Tenho a consciência absolutamente tranquila. Não estou nem um pouco preocupado com isso.” Seu advogado, Edi Varela, disse que entrou com recurso e nega crime eleitoral.
Fonte: Terra

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