Depois de anos de constantes escândalos de abuso sexual envolvendo sacerdotes, líderes católicos de todo mundo se reunirão na próxima semana no Vaticano para discutir o assunto.
A conferência denominada “Rumo à cura e renovação”, ocorrerá entre 6 e 9 de fevereiro na Universidade Jesuíta Gregoriana, em Roma.
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse que o evento conta com o “todo apoio e participação” das maiores autoridades do Vaticano, mas o papa Bento XVI não deverá comparecer.
Monsenhor Charles Scicluna, promotor do Vaticano que investiga casos de abuso, disse que a proteção das crianças deve se tornar “um princípio permanente” e levado em conta em todas as decisões da igreja. “Não pode haver uma distinção entre o bem da igreja e da proteção dos jovens”, disse ele.
Em maio do ano passado, o Vaticano deu às conferências de bispos de todo o mundo um ano para elaborar “orientações” sobre a prevenção do abuso, o cuidado das vítimas, a disciplina de padres abusadores e como relatar suspeitas de abuso à polícia local.
No encontro de fevereiro, estarão reunidos representantes de 110 conferências de bispos nacionais, chefes das 30 ordens religiosas e oficiais da maioria dos departamentos do Vaticano. Entre os assuntos discutidos estarão a responsabilidade de um bispo em proteger as crianças e os efeitos psicológicos do abuso.
Os bispos e outros representantes vão ouvir o relato de uma vítima de abuso sexual e participar de uma “vigília penitencial”, onde representantes de sete grupos que foram responsáveis por abuso sexual vão pedir perdão.
O Cardeal Marc Ouellet, prefeito da Congregação dos Bispos, presidirá a vigília, enquanto o discurso de abertura será feito pelo cardeal William Levada, da Congregação para a Doutrina e Fé, que analisa todos os casos de abuso.
Defensores das vítimas têm criticado a resposta do Vaticano a esses escândalos, acusando os oficiais da igreja de não disciplinar de bispos que não denunciaram os padres abusadores.
Mary Collins, vítima de abuso sexual na Irlanda, aceitou o convite do Vaticano para discursar na conferência, acreditando que assim poderá ajudar a proteger as crianças no futuro.
“A igreja pode se tornar um líder mundial na proteção das crianças”, disse ela, acrescentando que espera ver Bento XVI participar do evento e fazer um pedido formal de perdão publicamente. ”Seria a uma coisa maravilhosa para as vítimas e para a igreja.”
Traduzido e adaptado de Huffington Post
Nenhum comentário:
Postar um comentário