sexta-feira, 11 de maio de 2012

Emocionante: Mulher com paralisia defende tese de doutorado na USP



Emocionante: Mulher com paralisia defende tese de doutorado na USP
Ana Amália Tavares Barbosa, de 46 anos, defendeu nesta terça-feira (9) sua tese de doutorado na Universidade de São Paulo (USP). Com paralisia em quase todo o corpo, em razão de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ocorrido no dia em que deveria ter apresentado sua tese de mestrado – há dez anos, Amália desenvolveu todo seu doutorado apenas com os poucos movimentos motores que lhe sobraram: o piscar dos olhos e o abrir e fechar da boca.
Ana Amália perdeu os movimentos há dez anos. Ela se preparava para defender seu mestrado quando teve um acidente vascular cerebral (AVC) e perdeu quase todos os movimentos do corpo, ficou muda e impossibilitada de mastigar e engolir. Desde então, se comunica por meio de um programa de computador.
Durante a defesa de sua tese, feita no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no parque Ibirapuera, Amália respondia aos questionamentos da banca avaliadora com movimentos da boca. Um telão mostrava um alfabeto completo, que tinha suas letras destacadas a cada segundo por um programa de computador. Para formar palavras, Amália tinha de abrir a boca quando a letra que ela queria selecionar aparecia destacada.
A mãe conta que Amália teve receio em fazer o doutorado por temer o tratamento que poderia receber na universidade. Um dia, no entanto, ela encontrou uma estatística dizendo que só 1,2% das pessoas com deficiências físicas no Brasil tinham mais de oito anos de escolaridade.
“Para mim, significa ela ter deixado de ser vítima para conduzir a própria vida. Isso é importantíssimo para os deficientes, não se conformarem em ser vítimas, não ter pena, mas potencializarem o que restou”, disse Ana Barbosa, mãe de Ana Amália.
A própria doutoranda brincou com a dificuldade em responder às perguntas da banca, e após três horas, teve sua tese aprovada.

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