Faleceu na última semana o cardeal italiano Carlo Maria Martini um acadêmico e estudioso da Bíblia que serviu como arcebispo de Milão por mais de 20 anos. Em sua última entrevista Martini chegou a fazer duras críticas a Igreja Católica dizendo que a instituição não tem acompanhado os avanços da sociedade.
“A nossa cultura envelheceu, as nossas igrejas são grandes e vazias e a burocracia eclesiástica está crescendo, os nossos ritos religiosos e vestimentas são pomposos”, afirmou ele semanas antes de falecer.
Sua proposta para impedir que esse atraso continue afastando os fiéis seria de resgatar a confiança e fazer algumas adaptações na doutrina da instituição, transformações que começariam pelo papa Bento XVI e pelos seus arcebispos.
Para o jornal italiano Corriere della Sera o cardeal disse que entre as mudanças deve haver uma postura mais generosa em relação aos fiéis da Igreja Católica que são divorciados.
Outro ponto polêmico que Martini tocou durante a entrevista foi sobre os escândalos envolvendo líderes religiosos em casos de pedofilia. “Os escândalos sexuais envolvendo crianças nos obrigam a uma viagem de transformação”, teria dito.
As opiniões de Carlo Maria Martini sempre foram críticas em relação ao Vaticano, principalmente em relação a proibição do uso de camisinhas, que para ele era “o menor dos males”.
Em sua opinião os preservativos seriam uma das melhores maneiras de combater o Aids na África e se não bastasse sua posição em relação a isso, Martini também defendia a participação das mulheres no clero.
O cardeal Carlo Maria Martini faleceu na sexta-feira (31) aos 85 anos, seu corpo foi velado na catedral de Milão recebendo milhares de visitas. O enterro acontece nesta segunda-feira.
Com informações BBC
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