segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Veterano de guerra troca de sexo e causa polêmica em time universitário



Basquete, Gabrielle Ludwig (Foto: Divulgação)Gabrielle ao lado das colegas de time: pivô é de
longe a mais alta e forte do grupo (Foto: Divulgação)
Mais alta, mais forte e mais velha do que todas as suas companheiras e adversárias, Gabrielle Ludwig está causando polêmica na liga americana de basquete universitário. Transexual, a ex-combatente de guerra de 50 anos conseguiu na justiça o direito de disputar a competição pelo Mission College, da Califórnia. Apesar de contar com o apoio da instituição que defende, precisa lidar diariamente com o preconceito e as reclamações das rivais e de seus pais.
Gabrielle nasceu na Alemanha com o nome de Robert, mas desde a infância sentia-se estranha em seu corpo. Já morando nos Estados Unidos, sofria conflitos tão grandes que tentou se matar aos 15 anos. Com a tragédia evitada pelos pais, tentou levar a vida da mesma forma que seus colegas de escola faziam. Na universidade, entrou para o time de basquete e, anos mais tarde, ingressou na Marinha. Serviu aos Estados Unidos na Guerra do Golfo e, ao retornar, casou-se duas vezes e teve três filhas – uma delas ainda o chama de papai.
Na segunda união, Gabrielle começou a tomar hormônios femininos escondido da esposa. Quando a união finalmente chegou ao fim, decidiu fazer uma intervenção cirúrgica para adequar seu corpo à forma que gostaria. Em julho de 2012, tornou-se transexual. Logo depois quis voltar a jogar basquete, o que havia feito pela última vez há quase trinta anos, ainda como homem.
Basquete, Gabrielle Ludwig (Foto: Divulgação)Pronta para o lance livre: Gabrielle é observada pelas colegas do Mission College (Foto: Divulgação)
Basquete, Gabrielle Ludwig (Foto: Divulgação)Gabrielle Ludwig escuta as orientações do trienador: pivô é titular em sua equipe (Foto: Divulgação)
De acordo com o jornal "US Today", Gabrielle entrou em contato com o técnico do Misson College, Corey Cafferata, sobre a possibilidade de ingressar na equipe. O treinador riu, mas indicou o caminho. Ela tirou uma nova certidão de nascimento, se inscreveu em matérias para obter o mínimo de 12 créditos na instituição de ensino e obteve uma autorização judicial. Ganhou a vaga na equipe e, atualmente, compete com garotas cuja faixa etária média varia entre 18 e 22 anos.
Apesar do apoio das companheiras de time, já sofreu vários constrangimentos. Árbitros e adversárias já deixaram de cumprimentá-la, e os pais das atletas de outros times questionam sua elegibilidade com frequência. Enquanto a justiça americana permitir, Gabrielle segue em quadra.  

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