Jesus ainda fala o inesperado

Estudo Bíblico sobre: "Jesus ainda fala o inesperado"

Nosso tema do ano é mais de Cristo. Queremos saber mais sobre ele, nos relacionar mais com ele e por ele sermos transformados até sermos mais semelhantes com ele. No mês de fevereiro conheceremos alguns de seus diálogos e descobriremos que Jesus ainda fala o inesperado.

A PRIMEIRA IMPRESSÃO – UM BOM COMEÇO

Ele era jovem, rico e muito importante em sua comunidade. Contudo, sua posição não o impediu de sair correndo na direção de Jesus. Ajoelhou-se em atitude de profundo respeito e lançou sua dúvida: “Bom mestre, que farei para herdar a vida eterna”? Sua pergunta atraiu a atenção de Cristo, afinal, era séria e abordava um grande dilema da humanidade. A forma como dobrou seus joelhos parecia indicar que também dobraria seu coração. Só parecia.

Imediatamente o mestre começou a relacionar alguns mandamentos em ordem aleatória indicando que todos deveriam ser obedecidos. À medida que citava o texto de Êxodo 20, o jovem encheu-se de coragem e afirmou que a tudo aquilo tinha observado desde pequeno. Seu comportamento parecia irrepreensível, sua ética aceitável, sua posição louvável. Contudo, essa sua condição tornou-o refém da crença de que estava em suas mãos o fazer alguma coisa para merecer a vida eterna. Queria saber qual obra ou atitude deveria fazer para alcançar mais este prêmio, afinal era homem acostumado a conquistas. Era sincero, mas muito enganado.

Aqui vale uma pausa para reflexão. Quantas vezes na vida começamos bem, impressionando, causando uma boa imagem. Assim quando fazemos uma entrevista em um emprego, quando nos apresentamos a uma pessoa que queremos namorar, ou quando chegamos a um novo ambiente. O ser humano tem esta natureza de querer causar uma primeira boa impressão. O adolescente pode estar em uma maior briga com seu irmão, mas quando toca o telefone, fala um “alo” aveludado. Afinal poderia ser aquela garota.

Transportando isso para nossa relação com Deus pode acontecer o mesmo. Começamos bem quando chegamos à igreja, vamos a uma célula, conversamos sobre assuntos espirituais. Causamos uma boa impressão e demonstramos um real interesse pelas coisas espirituais. Sem muita consciência, comportamo-nos de acordo com nossas crenças que foram adquiridas de forma desordenada na escola da vida. Aliás, queremos ouvir o que a Palavra diz já cheios de opinião própria. Começamos bem, mas chegamos cheios de enganos e sofismas.

A SEGUNDA IMPRESSÃO – UM BOM TESTE

A percepção de Jesus é sempre precisa e profunda. Consegue ver o que está por trás das palavras, gestos, olhares. Não ficou surpreendido pela atitude exuberante daquele jovem ter-se ajoelhado, nem de sua vigorosa afirmação que cumpria todos aqueles mandamentos. Jesus olha, ama e fala algo totalmente inesperado. Ele identifica a vulnerabilidade do coração daquele rico, mas pobre rapaz. Abraão foi muito rico, nem por isso Deus lhe pediu suas riquezas (Gênesis 13.2). Nem Jesus exigiu o mesmo do seu rico discípulo José de Arimatéia (Mateus 27.57). Mas para aquele jovem foi necessário o teste prescrito: falta-lhe uma coisa, vá, venda tudo o que você possui… depois venha e siga-me. O resultado foi que o jovem ficou abatido e afastou-se triste, pois era totalmente apegado às suas muitas riquezas. Jesus sentenciou: como é difícil aos ricos entrar no Reino de Deus.

A declaração de Simeão sobre Jesus foi que “este menino está destinado a causar a queda e o soerguimento de muitos em Israel e a ser um sinal de contradição, de modo que o pensamento de muitos corações será revelado” (Lucas 2.34, 35). O apóstolo Paulo descrevendo a natureza pecaminosa da humanidade diante do justo juízo de Deus declarou que “isso tudo se verá no dia em que Deus julgar os segredos dos homens, mediante Jesus Cristo” (Romanos 2.16).

Não adianta se esconder, nem querer enganar. Os olhos do Senhor nos dissecam exatamente como somos e onde estamos em nossos valores, desejos e prioridades. Ele sabe exatamente onde está nosso coração. Mas sua abordagem direta e franca é para o nosso bem. Isso pode acontecer através de um pregador, de um amigo sincero, de um filho questionador, de uma mãe observadora, ou através do próprio espelho. Quando menos esperamos podemos ser confrontados pelo Espírito de Deus. Não precisamos temer, muito menos evitar o confronto. Seu confronto é sempre para o nosso bem. No caso deste jovem a questão era o apego demasiado à riqueza. O que Jesus surpreenderia você a seu próprio respeito? Em que você tem evitado ser flagrado? De que tipo de conversa você tem fugido a seu respeito?
Mais importante que “ter um bom começo” no relacionamento com Cristo, precisamos aprofundar as conversas que ele certamente vai colocar na pauta!

A ÚLTIMA IMPRESSÃO – UMA BOA NOTÍCIA

Aquela cena e as palavras de Jesus deixaram todos impactados. Estavam acostumando-se ao extraordinário, aos milagres, às maravilhas, ao sucesso, às multidões se convertendo. Mas o episódio pareceu uma derrota, pois Jesus indicou que aquela religião do jovem rico estava falida e fadada à morte eterna. Era engano puro! Estranharam a afirmação do mestre, pois, em sua cultura, prosperidade era um sinal de benção, mas ali a prosperidade estava impedindo a salvação. Perplexos perguntavam uns aos outros: neste caso, quem pode ser salvo?

De fato é impossível ao homem por si mesmo entrar no Reino de Deus. Nada pode fazer o rico em seu próprio poder, o culto na vastidão de seu conhecimento, o piedoso em sua muita bondade, o espiritual em seus ritos religiosos. O ser humano é completamente dependente da ação de Deus para sua salvação. Somente Deus em sua soberania e graça pode dar a vida eterna para as pessoas. Para ele a sua salvação é possível. Por isso, logo depois deste momento, Cristo falaria sobre sua morte e ressurreição (Marcos 10.34).

Louvado seja o Senhor que fez todas as coisas para nos salvar. Aprendemos com Paulo que “somos salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de nós, é dom de Deus, não por obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2.8, 9)
Certamente Jesus está falando coisas inesperadas para o seu coração agora. Entregue-se a ele. Não faça como o rapaz. Largue o que for necessário. Não se apegue ao que é passageiro. Arrependa-se e clame com sinceridade de coração. Quando tiver a consciência de ter sido salvo, passe o resto de sua vida em gratidão e louvor, pois o que era impossível para você, ele tornou possível através do sangue derramado naquela cruz.

Fonte: IPILON