sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Igreja faz campanha para os membros façam “tatugens cristãs”

Igreja faz campanha para os membros façam “tatugens cristãs”
Em diversas culturas do mundo, tatuagens com temas religiosos são bastante comuns. Para algumas tribos é um elemento essencial para definir a identidade individual ou coletiva. O mesmo ocorre entre prisioneiros e mafiosos de alguns países.
Para os cristãos o assunto é controverso. Há ainda um debate, muitas vezes cultural e geracional, sobre se os cristãos podem ou não fazer tatuagens. Alguns entendem que é uma forma de usar o corpo como ferramenta de evangelismo. Outos lembram passagens do Antigo Testamento que condenariam tal prática.
O pastor Chris Seay, da Comunidade Ecclesia, em Houston, Texas, decidiu fazer uma “campanha” durante a Quaresma, pedindo que os membros de sua congregação façam tatuagens ilustrando de algum modo a vida e a crucificação Jesus.
Seay é filho e neto de pastores. Pós-graduado em Teologia pela Universidade Batista Baylor é autor de sete livros, entre eles The Gospel According to Tony Soprano, The Gospel Reloaded, and The Last Eyewitness. Ele também é um preletor interncional, sendo apontado como um dos novos líderes o movimento conhecido como “Igreja Emergente”.
Ele acredita que metade dos membros da comunidade Ecclesia tÊm uma tatuagem. De acordo com o Pew Research Center, desenhar sobre o corpo é algo mais popular do que nunca entre os jovens. Cerca de 40% dos americanos com menos de 30 anos carregam uma.
“Há definitivamente algumas passagens do Velho Testamento que têm algo a dizer sobre (tatuagem), mas não acho que elas dizem respeito à vida conteporânea”, disse Seay. ”Se achássemos que as Escrituras as proibiam, não estaríamos fazendo isso.”
Ele chamou o tatuador e artista plástico Scott Erickson, para criar, inicialmente, 10 desenhos que representassem as “Estações da Cruz”. Ao mesmo tempo, anunciou que procurava 10 pessoas que desejassem fazer essas tatuagens. A ideia atraiu mais de 50 voluntários e todos foram tatuados com um desenho personalizado de Erickson. Sem fazer cruzes ou imagens do rosto de Cristo, alguns optaram por fazer desenhos tribais, de pássaros, flores e frases curtas.
“Eu acho a cruz totalmente importante, mas como um símbolo ela não inspira mais as pessoas. Tornou-se algo decorativo”, explica Erickson. Por isso, ele incorporou símbolos cristãos mais sutis, como o pintassilgo, que tradicionalmente representa Cristo na Paixão e escreveu algumas frases em latim.
“O protestantismo tem uma cultura visual muito pouco desenvolvida”, acredita o artista. ”As Estações da Cruz, mostram uma história muito intensa. Não há espaço para os cordeiros fofinhos e cores brilhantes.”
Wayne Brown, um dos membros da Ecclesia, participou da iniciativa e disse: “Em Houston faz sentido representar [a história de Jesus] visualmente”, que agora carrega no corpo o desenho de uma mão espalmada e a frases “Nós fomos curados”. Sua tatuagem representa a chamada “sétima estação”, quando Jesus é pregado na cruz.
Muitas igrejas evangélicas acreditam que a Quaresma é uma prática tradicionalmente católica, que começou na quarta-feira de cinzas e termina na Páscoa. Porém, cada vez mais igrejas como a Comunidade Ecclesia tem procurado resgatar essa antiga tradição e dar a ela um significado renovado.
As chamadas “estações da cruz” podem ser vistas em milhares de igrejas no mundo todo. Elas surgiram como quadros e esculturas que eram usados para contar sobre a crucificação de Cristo durante os primeiros séculos do cristianismo, pois muitos eram analfabetos e não teriam outro modo de conhecer a mensagem.
Brent Plate, que ministra um curso sobre religião e cultura pop em Hamilton College, em Nova York, afirmou: “Este é um projeto fascinante, criativo e provocador. Fazer as Estações como tatuagens é claramente algo que se encaixa bem com o movimento da chamada igreja emergente. Afinal, eles desejam estar totalmente envovidos com a cultura contemporânea, sem perder sua identidade espiritual cristã”.
Traduzido e adaptado de Chron e ABC Local

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