Em meio a Cracolândia a porta que se abre pode ser o começo de uma nova vida. Foi assim com Clodemir.
“Um dia eu entrei por essas portas sem roupa, sem roupa, sem nada, eu tava ha 3 meses com a mesma roupa, 3 meses sem tomar banho”, conta Clodemir José, funcionário da igreja.
Primeiro o convite: “querido, você já tomou banho, ja?”
Depois o chuveiro quente, roupas limpas, comida, um abraço.
É assim, com o básico e o muito importante que começa o trabalho dos fiéis da Igreja Batista no lugar que ficou conhecido como a Cristolândia. É preciso entrar com as próprias pernas e normalmente isso acontece quando o usuário chegou ao fundo do poço e quer ajuda.
A porta sempre aberta para quem quiser entrar é apenas o começo de um longo processo. A base do tratamento aqui na Cristolândia é a vontade do dependente de largar as drogas. Fazer com que esse desejo seja mais forte que a vontade de usar não é uma tarefa fácil.
A primeira etapa é a mais difícil, quem fica internado quase não usa medicamentos, apenas os que são absolutamente necessários e prescritos pelos médicos. A idéia é que o dependente tenha consciência e participe do tratamento.
Os desvios acontecem. “Eu recaí porque eu pensei que eu tava bom. Eu bati o pé, falei não, vou embora. Me deu uma loucura, abstinência”, conta Cristiano.
Mas segundo os responsáveis, 40% ficam e passam para as outras fases do processo que incluem a vida e o trabalho no campo, a
reaproximação com a família. Em três anos a Cristolândia conta 400 dependentes recuperados.
Cristiano hoje veio para tentar novamente: “Eu vou ficar, pode haver o que haver, eu vou ficar. Eu quero me recuperar”.
Clodemir está limpo há três anos e meio, mas a felicidade não está completa. “Falta a gente olhar pra aquela calçada do outro lado e não ver mais ninguém deitado do outro lado”.
Confira vídeo matéria pela repórter Graziela Azevedo/SP e comente…
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