terça-feira, 13 de setembro de 2011

Dicas práticas para músicos de Ministério de Louvor

 

Neste artigo falaremos sobre Repertório. 

Um dos aspectos mais importantes na música é o repertório. Tanto nos eventos ao vivo, como em gravação, uma grande parte dos músicos e cantores não se preocupam muito com esse quesito. É muito comum ver excelentes cantores que são rotulados negativamente pois não sabem escolher um bom repertório para cantar, nem sabem definir qual estilo musical eles representam. 

Muitos músicos também não sabem que repertório utilizar quando tocam em outros eventos, como casamentos e aniversários por exemplo. Além disto ainda há a questão do músico que escolhe uma canção para tocar baseado na existência de espaço para solar e "aparecer" mais. 

Pensando nestas questões e na deficiência da escolha de repertório que infelizmente tem se tornado comum entre os músicos em geral gostaria de expor 5 dicas para um melhor aproveitamento do repertório na nossa vida musical. 


1 - Identidade musical 
Muitos ministros de louvor tem suas referências musicais em outros ministros que são muito conhecidos no Brasil. Isto é salutar, mas existe um limite entre ter uma referência musical e copiar totalmente quem você admira. Por exemplo, nas igrejas brasileiras, vemos muitos ministros de louvor com a voz, jeito, roupa e as vezes até semelhantes fisicamente com cantores já consagrados no gospel. 

Voce pode ter referências e se inspirar em outras pessoas sim, mas tente aliar à referência sua identidade musical. Não tente copiar 100% seu cantor preferido, antes tente pegar o que ele tem de melhor e adicionar ao seu estilo próprio, sua vivência, e sua personalidade. 

A cena musical nas igrejas e no mercado fonográfico anseia por pessoas criativas e com identidade própria. Ninguém no mundo inteiro é capaz de tocar ou cantar como você, pois sua identidade é única. 


2 - Mensagem 
Este ponto é muito importante e por vezes passa despercebido. Qual a mensagem que a sua música passa para o ouvinte? No nosso caso, que tocamos música cristã, seja na igreja ou em shows e eventos fora da igreja, precisamos estar cientes de que o que diferencia a música cristã da secular além da unção, é a mensagem que a letra transmite. 

A letra precisa ter papel preponderante nos ministérios de louvor nas igrejas. É muito comum ver bateristas que preferem tocar uma determinada música pois tem uma introdução só com bateria, ou ver guitarristas escolhendo repertório de acordo com a existência de solos de guitarra no início, meio e fim da música. 

Definitivamente esse pensamento não pode nem passar perto de nós músicos. O mais importante na música cristã, também chamada de gospel, é a mensagem que ela transmite. 


3 - Estilo musical 
Falamos sobre estilo musical no terceiro artigo desta série, mas sempre é bom mencionar este tema. O primeiro passo para um cantor selecionar repertório é saber qual é o seu estilo musical, e qual é o estilo musical da igreja em que ele ministra. 

Por exemplo, no Sul do Brasil, além das músicas tradicionais gauchescas, temos uma boa parte dos jovens que adoram reaggae. Será que não seria interessante tocar algumas canções em reaggae? Outras perguntas interessantes para refletir: 

Será que todas as igrejas no Brasil só tem pessoas que gostam de ouvir pop rock? 

Porque a grande maioria dos grupos de louvor e adoração utilizam maioritariamente o pop rock? 

No Brasil só tem espaço para esse estilo de música? 


4 - Tendências gospel no Brasil e no mundo 

Já se foi a época em que rimar as palavras "Amor e Senhor" era novidade na música gospel. Hoje em dia temos vistos trabalhos de muita qualidade musical e que têm letras que fogem dos clichês e jargões do mundo gospel. Ouça trabalhos como os da Daniela Araujo, Leonardo Gonçalves, Maressa Kowalski, Stenio Marcius, Thalles, entre outros. 

É preciso pesquisar e estar atento às novidades no meio gospel no Brasil e no mundo. A pesquisa por novas tendências na música ultrapassa os quesitos musicais, mas também passa pela pesquisa da vida e acontecimentos com os artistas em geral. 

Um exemplo: Você sabia que a Brooke Fraser, cantora e compositora do Hillsong que já compôs músicas como "Hosana", tem uma carreira paralela na música secular? 

Outro exemplo: Você sabia que é comum fora do Brasil algumas bandas pararem um tempo de fazer turnês e desenvolveram projetos paralelos? Exemplo disto é o Delirious? 

A busca pelo novo nos liberta de sermos "mais um no meio da multidão". Tente se antecipar à chegada de novas tendências musicais para não ficar refém de estilos musicais ultrapassados. 


5 - Apreciação musical 
Nenhuma das dicas anteriores dá resultado se não houver apreciação musical. Podemos definir apreciação musical como escuta acurada de um material sonoro que propõe um pensamento crítico sobre forma, estética, conceitos musicais e suas aplicações. 

Ou seja, a apreciação é quando o ouvinte escuta canção atentando para os todos os detalhes, como letra e música, e a partir dai pensa criticamente sobre a importância ou não dos mesmos na igreja. 

Por exemplo: A influência musical que pop rock congregacional exerce nas igrejas brasileiras tem o mesmo peso que outros estilos como os de Kirk Franklin, Fred Hammond e Israel Houghton? 

Será que as composições dos referidos cantores não poderiam ser mais utilizados nos ministérios de louvor? 

Espero ter contribuído para o pensamento crítico do papel do repertório na vida de todo cantor, músico, dirigente de louvor, e ministro de música que lida com a arte na casa de Deus. 

Se estamos fazendo música para Deus não podemos fazer nada menos que o melhor. 

Sl. 33:3 “Cantai-lhe um cântico novo, tocai com arte e júbilo.” 


Fonte: Supergospel

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