A jornalista Eliane Brum publicou um artigo no site da Revista Época, questionando a tolerância aos ateus no Brasil com o crescimento das igrejas evangélicas neopentecostais.
No artigo ela reproduz uma conversa entre uma jornalista ateia e um taxista evangélico, e trata esse diálogo como uma parábola para expressar sua preocupação com o direito de não ter fé.
Nessa conversa, o taxista tenta convencer a jornalista a ir à igreja e ela tenta convencer o taxista a respeitar sua opção por não ter religião, pois ela é uma pessoa que cumpre seus deveres como cidadã.
Ela afirma que “a parábola do taxista me faz pensar em como a vida dos ateus poderá ser dura num Brasil cada vez mais evangélico – ou cada vez mais neopentecostal, já que é esta a característica das igrejas evangélicas que mais crescem”.
Brum afirma ainda que o catolicismo se mostra mais tolerante do que o neopentecostalismo: “O catolicismo – no mundo contemporâneo, bem sublinhado – mantém uma relação de tolerância com o ateísmo. Por várias razões. Entre elas, a de que é possível ser católico – e não praticante”.
Brum afirma ainda que o catolicismo se mostra mais tolerante do que o neopentecostalismo: “O catolicismo – no mundo contemporâneo, bem sublinhado – mantém uma relação de tolerância com o ateísmo. Por várias razões. Entre elas, a de que é possível ser católico – e não praticante”.
Em sua crítica à atitude que os evangélicos neopentecostais tomam, quando se encontram com algum ateu, a jornalista afirma que “a liberdade de credo – e, portanto, também de não credo – determinada pela Constituição está sendo solapada na prática do dia a dia”, e ironiza ao relatar que alguns ateus, com medo das reações, apresentam-se como agnósticos: “Com sorte, parte dos crentes pode ficar em dúvida e pensar que é alguma igreja nova”.
Eliane Brum conta que os ateus são vistos como ameaça pelas igrejas neopentecostais, pois não há formas de convertê-los. Na visão de Brum, essas igrejas lidam com a fé como se fosse um produto, e buscam se reinventar diariamente para manter os fieis, como uma loja faz com clientes. “Essa dificuldade de “fidelizar um fiel”, ao gerir a igreja como um modelo de negócio, obriga as neopentecostais a uma disputa de mercado cada vez mais agressiva e também a buscar fatias ainda inexploradas. É preciso que os fiéis estejam dentro das igrejas – e elas estão sempre de portas abertas – para consumir um dos muitos produtos milagrosos ou para serem consumidos por doações em dinheiro ou em espécie. O templo é um shopping da fé, com as vantagens e as desvantagens que isso implica”, opina a jornalista.
Fonte: Gospel+
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