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Por John Stott
Ao dizer às pessoas que tivessem "cuidado com os falsos profetas" (Mt 7.15), Jesus obviamente assumiu que eles existiam. Não faz sentido você pôr um alerta no portão do seu jardim: "Cuidado com o cão!", se tudo que tiver em casa for um casal de gatos ou um periquito australiano. Não. Jesus alertou seus seguidores sobre os falsos profetas porque eles já existiam.
Nós os encontramos, em numerosas ocasiões, no AT, e Jesus parece ter considerado os fariseus e saduceus da mesma forma — "líderes cegos conduzindo outros cegos" —; foi dessa forma que ele os chamou. Jesus também deixou implícito que eles cresceriam e que o período que precederia o fim seria caracterizado não apenas pela expansão do evangelho, mas também pelo surgimento de falsos mestres que levariam muitos a se desviar.
Ouvimos falar a respeito deles em quase todas as cartas do NT. São chamados de "falsos profetas" ("profetas", presumivelmente porque afirmam ter inspiração divina), de "falsos apóstolos" (porque afirmam ter autoridade apostólica), de "falsos mestres", ou, até mesmo, de "falsos cristos" (porque tem pretensões messiânicas). Mas cada um deles é "falso" — pseudoprofeta, pseudo-apóstolo, pseudomestre ou pseudocristo —; pseudos é a palavra grega para mentira.
A história da Igreja tem um longo e som¬brio histórico de controvérsias com os falsos mestres. O valor dessas controvérsias, na prevalente providência de Deus, é que elas apresentaram à Igreja um desafio para pensar e definir a verdade, mas causaram muito prejuízo. Infelizmente, ainda hoje há muitas delas nas igrejas.
Ao nos recomendar que tivéssemos cuidado com os falsos profetas, Jesus fez outra conjectura: há um padrão objetivo de verdade que deve ser distinguido do falso profeta. A noção de "falso" profeta seria irrelevante, se isso não fosse verdade.
Fonte: [ O Calvinismo ]
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