Cristãos de grupos conservadores e liberais dizem que suas próprias opiniões sobre questões como aborto e casamento homossexual são muito diferentes das que Jesus teria, indica uma pesquisa recente. Além disso, os entrevistados acreditam que Jesus seria mais compassivo do que eles em relação aos imigrantes ilegais e ajuda aos pobres.
No estudo publicado esta semana pela Academia Nacional de Ciências, sediada nos Estados Unidos, revela que os entrevistados cristãos deveriam usar uma escala de 100 pontos, que vão desde “mais liberal” a “mais conservador” e para identificar onde nessa escala eles acreditavam que Jesus estaria se vivesse entre nós hoje.
Liderado por Lee D. Ross, professor de psicologia na Universidade de Stanford há mais de 30 anos, aparentemente mostra como a opinião política das pessoas muitas vezes está separada de seus ensinamentos de fé.
Tanto os cristãos liberais quanto os conservadores expressaram a opinião de que as visões de Jesus sobre questões relacionadas com a moralidade – como aborto e casamento homossexual – seria mais rigorosa que a deles. Os conservadores, no entanto, acreditam que Jesus seria mais aberto às questões de convivência – como a tributação para reduzir a desigualdade econômica e o tratamento de imigrantes.
Ambos os grupos parecem acreditar que as questões mais importantes para eles, teriam a mesma importância para Jesus.
De acordo com Ross, a pesquisa revela que as discrepâncias entre seus pontos de vista políticos e os ensinamentos religiosos são “tratadas” em parte por uma pessoa que tenha uma interpretação diferente dos ensinamentos bíblicos. Por exemplo, os liberais têm mais dificuldade para conciliar sua opinião com os ensinamentos do Antigo Testamento, enquanto os conservadores dizem que os ensinamentos do Novo Testamento muitas vezes entram em conflito com suas opiniões políticas.
“Os liberais estão admitindo que estão longe de Jesus em seus pontos de vista sobre questões morais e os conservadores admitem que discordam de Jesus sobre questões de convivência,” disse Ross.
“Na verdade, os conservadores são mais religiosos do que os liberais. É mais importante para eles adequar suas opiniões com a sua religião”, disse Ross.
Segundo uma pesquisa de 2011 do Religion Research Institute, mais de 72% das pessoas acreditam que é possível discordar com os ensinamentos de sua religião sobre o aborto e “mesmo assim ser considerada uma pessoa de boa reputação e fé.” A pesquisa observou que os integrantes dos maiores grupos religiosos, incluindo católicos e evangélicos, acreditam que tal incoerência é normal. Ou seja, não é preciso pensar exatamente igual ao que está escrito na Bíblia ou o que ensinam seus líderes, para ser membro de um determinado grupo religioso.
Traduzido e adaptado de Christian Post
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