O crack é uma droga mais forte que a cocaína e mais barata que as outras drogas. O número de usuários dessa droga tem se multiplicado muito, o que ocasiana um problema grave de saúde e uma série de problemas sociais.
Antes encontrada mais comumente entre carcerários e entre pessoas de renda mais baixa nas grandes cidades, hoje a droga está invadindo o interior do país. Segundo o site 24H News, na cidade Tangará da Serra, no Estado do Mato Grosso, o crack chegou de forma avassaladora. Mais de 90% das internações nas casas de recuperação, ultimamente, são por vício em crack.
Ruth Brandão Salgado da Silva, coordenadora da Casa de recuperação “Viver sóbrio”, que fica em Progresso, afirmou que cerca de 95% dos internos que a casa atende são dependentes do crack.
A mesma situação é encontrada em outra casa terapêutica, a Casa Nascer de Novo, que fica no antigo Mirante (Serra Tapirapuã). Nesta casa, a faixa etária para o tratamento é de pessoas entre 14 e 21 anos, que passam por um tratamento de seis meses.
Próximo ao Assentamento Antônio Conselheiro, na Agrovila 24, outra casa de recuperação atende a dependentes químicos, a Casa “Salvando Vidas”. Esta instituição recebeu 372 dependentes só em 2011, advindos de várias localidades da região, do Brasil e até de fora, da Bolívia. Atualmente a casa possui 21 internos e 17 destes são ex-dependentes de crack.
O diretor da Casa, o pastor Valmir Vieira dos Santos, afirmou que a Casa recebe uma média de 20 a 30 internos ao mês. O pastor conta que alguns dos atendidos são apenas envolvidos com bebidas, mas a maioria é dependente de drogas. “Sempre começam com a maconha, depois usam pasta base e acabam no crack”, conta o pastor.
A base do tratamento na Casa “Salvando Vidas” é espiritual. “Eles aprendem a palavra de Deus, oram, recebem ensinamentos através de terapia ocupacional com horta, pesca, além de canto e outras atividades”, explicou ele.
“Essas pessoas precisam recuperar sua autoestima. Elas chegam lá como marginais e saem cidadãos recuperados”
A Casa de Recuperação “Salvando Vidas” sobrevive de doações e de um convênio com a Prefeitura no valor de R$ 40 mil, que o pastor comenta ser pouco em virtude da demanda crescente, que aumenta anualmente.
O pastor afirma que a eficácia do tratamento é de cerca de 65%. 33% se recuperam na primeira internação e 32% na segunda ou terceira. “Os outros 35% acabam voltando para o mundo da droga, para a cadeia, uma cadeira de rodas ou acabam morrendo”. Pastor Valdir contou, como exemplo, que um rapaz de 24 anos, que passou pela Casa várias vezes foi assassinado, no final do ano passado envolvido nessa realidade de vício.
A Casa Salvando Vidas, que existe há 4 anos, atende a pessoas de todas as idades. “O crack é como a Aids, o câncer, que não escolhe classe social – está em todos os lugares” – fala o pastor.
“A situação do crack é muito difícil. Não existe medicina que cure. Essas pessoas chegam lá sem perspectiva de vida, sem nada e o que fazemos é devolver a auto estima a elas. Não adianta medicamentos – só Jesus Cristo pode libertá-los” – constata o pastor.
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